Turismo

Território entre Douro e Sabor com oportunidade “única” de turismo

s regiões periféricas e com atrativos naturais como o Douro Superior, Baixo Sabor e Alto Douro, têm uma oportunidade “única” de atrair turistas durante o período pós-confinamento, mantendo regras de segurança e oferecendo natureza, património, cultura e gastronomia.

“Entrámos num novo paradigma ao nível do turismo, em que os turistas se deslocam das grandes cidades do litoral à procura do interior, onde se pode fazer turismo em segurança e com qualidade e aqui permanecer três dias e ajudar a criar riqueza”, disse à Lusa o presidente das Associações de Municípios dos Douro Superior e do Baixo Sabor, Nuno Gonçalves.

O também autarca de Torre de Moncorvo destaca o facto de nestes territórios haver três patrimónios mundiais classificados pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, “e os municípios terem de pensar o território como um todo”.

“É preciso cativar os turistas ao território e dar-lhes a conhecer as suas potencialidades, de forma a fixá-los no mínimo três dias, para conhecerem os monumentos, as praias fluviais, a arte rupestre, a avifauna, os percursos pedestres ou o potencial geológicos”, vincou Nuno Gonçalves.

Da Associação de Municípios do Douro Superior fazem parte os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, à qual se juntam os concelhos de Vila Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda.

Já o Baixo Sabor integra os municípios de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros (Bragança).

“Estes concelhos, para além de património natural e paisagístico únicos, têm uma gastronomia ímpar e espaços de agroturismo capazes de alojar os visitantes com conforte e segurança sanitária em tempos de pandemia provocada pela covd-19”, vincou Nuno Gonçalves.

As associações de municípios estão a apostar em grandes rotas pedestres, como é caso da GR-36, que liga o Douro Superior ao Parque Natural do Douro Internacional, ou panorâmicas, como os Lagos do Sabor, Arte do Côa, ou Geoparque – Terras de Cavaleiros.

Para o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, o turismo de Interior tem nesta fase posterior ao confinamento provocado pela covid-19 uma oportunidade de recuperar alguma da distância para as principais regiões turísticas do país, nomeadamente o Algarve e o Litoral.

“No turismo de Interior temos a possibilidade de oferecer muito do que é procurado pelas famílias, em particular o turismo rural, de habitação, onde é possível usufruir do sol e do bom tempo com o distanciamento solicitado pela Direção-Geral da Saúde e tendo a possibilidade de recorrer a outro tipo de praias, como é o caso do Azibo”, indicou.

Já a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, é da opinião de que, no atual contexto, o potencial turístico dos territórios do Interior “aumentou exponencialmente”.

“A riqueza natural e patrimonial dos concelhos do Douro e do Nordeste de Portugal, tal como de diversas outras regiões, permitem antecipar períodos áureos para o turismo”, vincou a governante.

Cada região tem as suas especificidades e é precisamente esta diversificação da oferta turística que também deve ser considerada como uma vantagem competitiva em relação a outras localizações de oferta mais tipificada.

Para a secretária de Estado, a abordagem a ser seguida deverá sempre ser multissetorial, conjugando contribuições complementares de diferentes áreas (turismo de natureza, património edificado, cultura, gastronomia), que assim resultem em programas turísticos mais abrangentes, com maior dimensão temporal, aumentando assim o tempo de permanência dos visitantes e o correspondente efeito impulsionador de desenvolvimento económico.

Numa região em que a falta de cobertura de rede e velocidade lenta da internet já motivaram queixas da população e autarcas junto das entidades competentes, a governante alertou que há um conjunto de iniciativas “dependentes de uma eficaz cobertura de Internet de banda larga, pelo que a sua operacionalização se torna essencial”.

Para Isabel Ferreira este é um “serviço absolutamente necessário”, cuja disponibilização “acabará por se concretizar”, pelo que já foram delineadas “diferentes iniciativas promotoras de desenvolvimento cultural, económico e social, com base na disponibilização deste serviço”, concretizou.

Texto: Francisco Pinto da Lusa e Foto: AP

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