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Covilhã: Feira de São Tiago reuniu empresários numa tónica de valorização do território

A cidade da Covilhã, localizada aos pés da Serra da Estrela, na região Centro de Portugal, promoveu mais uma edição da centenária Feira de São Tiago, um evento histórico, com 613 anos de tradição, entre os dias 12 e 28 de julho.

O certame, conhecido pelo seu diversificado cartaz musical e pela variedade de expositores, é organizada pela Câmara Municipal da Covilhã em parceria com a Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP). Este ano, a Feira contou com as atuações de artistas de peso, como Xutos e Pontapés, Marisa Liz e António Zambujo, entre outros, atraindo um grande público.

Segundo José Miguel Ribeiro de Oliveira, vereador da Câmara Municipal da Covilhã com os pelouros do Associativismo, Desporto e Feiras e Eventos, e um dos responsáveis pela Feira, o longo percurso histórico da Feira de São Tiago serve também como motor de promoção e desenvolvimento da região.

“A Feira de Feira de São Tiago tem 613 anos, começou por ser uma feira ligada à venda da lã, dos lanifícios, e depois foi evoluindo, passou também por um período da Feira do Queijo. E, na década de 1990, início do século XXI, foi decrescendo do ponto de vista de impacto e de peso económico na região. Foi perdendo o seu espaço. E nós, desde 2015, até esta parte, temos feito uma aposta no sentido de revitalizar este certame. E é uma aposta que eu acho que está conseguida. Obviamente que tem as suas complexidades, não é fácil”, frisou este responsável, que destacou que o local contou com um grande espaço comercial e empresarial

Este vereador considera que a Feira tem auxiliado também na integração das comunidades migrantes residentes na região, que “têm sabido se instalar, inclusive, neste momento, são promotores até de empresas e de negócios e ajudam o nosso tecido económico. Estão perfeitamente inseridos. Isto faz com que, do ponto de vista da feira, seja fácil, entre aspas, trazer essas pessoas, fazer com que tragam também um pouco daquilo que são os seus produtos, porque também temos aqui um cantinho da Angola, temos um cantinho do Brasil, portanto, temos aqui uma grande multiculturalidade”.

José Miguel Oliveira disse acreditar que a Feira de Santiago ajuda no crescimento do número de interessados em investirem na região.

“Hoje em dia, um investidor que procura um local para investir, procura um local para alojar a família ou trabalhar. (..) Portanto, nós, quando vamos à procura do sítio por onde queremos ficar, hoje em dia, devemos ter em conta a questão da saúde, a questão da educação, entre outros temas. (…) Eu sou suspeito, pois adoro a nossa região como um todo, Covilhã, especialmente, mas nós, quando falamos da parte turística, não podemos nos restringir apenas ao nosso concelho. Temos que olhar para a região e as potencialidades que ela oferece”, reconheceu este responsável, que sublinhou que “a comunidade brasileira, a comunidade angolana, a comunidade dos países de língua oficial portuguesa são uma grande maioria dos migrantes que nós temos, mas também temos uma comunidade de argentinos que vieram através dos nômadas digitais, e eu acho que cada vez mais esta multiculturalidade se vai verificar nas nossas cidades”.

Um dos pontos altos deste certame foi a valorização empresarial, com uma grande aposta no envolvimento dos empresários locais na demonstração dos seus produtos, mas também no desenvolvimento de projetos nacionais e internacionais com foco no território do Interior de Portugal.

Na opinião do empresário Rhaxwell Nascimento, que é também CEO da Associação e-DNA, participar na Feira de São Tiago é uma forma de promoção de negócios e criação de network de qualidade.

“Desde que viemos para Portugal, há cinco anos, a nossa intenção é trazer negócios para o Interior do país. Os negócios que nós trouxemos para a região culminaram em alguns outros frutos. Hoje temos aqui na Feira de São Tiago alguns desses resultados, como a e-TAG, que é um sistema digital; a Mais Media, que trata da venda de publicidade em Mupi’s e ecrãs digitais; além da Covilhã Web TV, num estúdio da BMAX, entre outros, como o guia de investimento, por exemplo, que está a ser criado em parceria com o grupo de comunicação brasileiro “O Povo”. Tudo isto em prol do desenvolvimento do Interior de Portugal, da região das Beiras”, contou este responsável.

Ainda de acordo com Rhaxwell Nascimento, toda esta movimentação valoriza o território e abre possibilidades para os investidores nacionais e estrangeiros.

“Do interior de Portugal, a gente vem tendo essa possibilidade de colocar definitivamente os investidores do mundo com o olhar nesta região, para mostrar que Portugal é muito mais do que litoral, é muito mais do que Lisboa, do que Porto, é muito mais do que vinho, do que ovelha, do que queijo. É isto tudo também, mas é mais do que isto, tem oportunidades empresariais importantes”, adiantou Rhaxwell Nascimento, que avança que a estratégia utilizada para esta dinâmica vai muito além do mercado brasileiro.

“O nosso foco hoje vai além do Brasil. Claro que a gente tem muita facilidade, porque a adesão dos nossos negócios junto dos brasileiros é muito forte. Mas nós hoje avançamos para outros povos, como África, China, Estados Unidos, mostrando a essas pessoas o potencial de recursos para se instalarem no Interior de Portugal, com a possibilidade de acesso a benefícios fiscais e a apoios governamentais e projetos europeus”, considerou, enaltecendo o baixo custo de vida numa região distante dos grandes centros, com grande infraestrutura, qualidade de vida aumentada e acessos de qualidade.

Ígor Lopes

 

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